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PELAS TRISTEZAS QUE ME NASCEM


Se for o meu barco
Que afundar...

Se for o meu carro
A se encontrar com o poste...

Se for o meu avião
A se estilhaçar...

Se for as minhas veias
A se rasgarem...

Se for a minha vida...

Que eu possa pousar
Nas papoulas
E sentir o novo aroma...

Que eu possa
Apagar-me com a mansidão
Da última estrela
Que foge vagarosa da luz...

Que eu possa partir
Ainda iluminada
(Como meu pôr-do-sol preferido...)

Que eu saiba que essa vida
nem é tão minha assim...


Mas se não for eu,
Mas meu filho
Minha filha...

Que eu possa agradecer
Esse etéreo milagre
Que permanece
e convida a renovar...
carla nobre
Enviado por carla nobre em 05/09/2006


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