MEUS CADÁVERES
Vamos fazer um cadáver fino?
Mas
Até onde vai meu verso?
Uma linha?
Duas?
Três?
Até onde vai minha vontade?
Às vezes meu verso alcança os Alpes
Às vezes fico perdida na medida
Às vezes caio em buracos negros e compridos
As vezes são inesperados os devaneios....
E pra mim, o que é uma linha?
Tenho a do Equador
A da pipa solta no céu
E aquela da lesma
Que faz seu caminho....
Tenho a finíssima linha do tempo
Nas mãos e nas lembranças
Na vontade de morrer como Julieta
Ou Joana Darc
Mas morrer logo...
O certo é que meu verso escorre
Pelo formol do que sou
E em vão tento inutilizá-lo...
carla nobre
Enviado por carla nobre em 23/07/2006