ASTRONAUTA COTIDIANO
É noite fria na linha do equador, notícias se espalham nas telas: a guerra do Iraque está prestes a acontecer. Antes dela a explosão de um ônibus espacial: mortes! E descobertas também. Na explosão algo saiu intacto: a câmera fotográfica da nave. O que será que vamos descobrir a mais sobre o universo? É, estamos no século XXI. Entramos no novo milênio e o ser humano avança cada vez mais. Tim, tim!!! Ah, que pena! Nenhuma notícia extraordinária, apenas o que os astronautas puderam ver de mais belo nesta viagem: ”o sol nascendo e se pondo, a lua nascendo e se pondo” ... De repente, a noite fria se encheu de calor... Mas o Senhor da Guerra, não gosta de crianças, nem do sol, nem da lua. Quer apenas descobrir como ganhar mais poder sobre todos os povos. O Senhor da Guerra precisa encontrar o meio mais rápido de ganhar a verde cor do petróleo... E agora? Quem vai se render? Quem vai se preocupar com as feridas sangrentas e doídas que explodem nos ônibus cotidianos? Quem vai olhar a lua e o sol? A lua, o sol, a ferida não rendem lucros; mas também não pertencem ao Senhor da Guerra. Pertencem a nós, astronautas cotidianos. Esse poderia ser o último e melhor consolo, mas temos outro: o Senhor da Guerra, não é imortal. Logo chegará o dia em que o pedreiro sujo e faminto - astronauta cotidiano - fechará a cova do Senhor da Guerra, que pode até ser trabalhada em ouro maciço, mas será sempre e, sobretudo, cova. Enterrando um coração já tão verde, tão verde...
carla nobre
Enviado por carla nobre em 13/06/2006